segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A tristeza que paira

Volto a me perguntar: Qual é o sentido de tudo, senão ver cada dia mais em preto em branco?
Se um fotógrafo nos enquadra, não nos fotografa, fotografa a tristeza.
Feliz de quem vê.
Triste de quem posa.

Buscar um novo jeito de viver.
Quando a única cor que importa é a cor-de-rosa
e não podemos vê-la,
...
Dizer o quê? Melhor: O que fazer?

Os escritos on-line escondem as lágrimas que escorrem nos papéis.
São disfarces, outrora algo para fazer o tempo passar.
E o tempo não passa. Melhor: passa pra quem enxerga o colorido.

Cerco-me de bons amigos, vejo um filme, converso... e o relógio gira (para eles).
Mas quando me vejo só, o espelho resplandece minha imagem.
Feliz do espelho, pois quem posa sou eu.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Conversa De Botas Batidas

Conversa De Botas Batidas
Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo


Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar

Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem

Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar

Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer, que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair

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A motivação da música
Retirado do blog Simples Acaso (link aqui).


Desabamento deixa três feridos; duas pessoas estão sob escombros
Pelo menos três pessoas ficaram feridas no desabamento do prédio de quatro andares no centro do Rio, às 15h15 de hoje. No local funcionavam uma lanchonete, parcialmente em obras, uma loja de carimbos e cópias de chaves, e o Hotel Linda do Rosário. Houve uma seqüência de estalos em um dos pilares do edifício, minutos antes do acidente. Isso deu tempo para que muitas pessoas deixassem o local. Sete edifícios ao redor foram interditados. Até o início da noite, a Secretaria Estadual de Defesa Civil dispunha da informação de que duas pessoas estariam sob os escombros.
O prédio que ruiu faz parte de um corredor cultural, localizado a poucos metros do Centro Cultural Banco do Brasil e da Casa França-Brasil. Em nota oficial, a Secretaria de Urbanismo do município esclareceu que “o desabamento ocorreu quando operários retiravam o mezanino do térreo, abalando a estrutura do prédio”. O documento afirma ainda que as obras não contavam com a supervisão de nenhum engenheiro ou técnico responsável.
Houve pânico assim que os estalos foram ouvidos, cerca de 20, 10 e 5 minutos antes do desabamento. O porteiro do Linda Rosário, Raimundo Barbosa de Melo, de 37 anos, estava com a mulher na recepção do hotel e, ao som do primeiro estampido, avisou aos demais funcionários do hotel que saíssem do prédio imediatamente. No momento em que descia a escada, lembrou das duas pessoas que ocupavam um quarto. “Interfonei e cheguei a bater na porta do quarto, mas não responderam”, contou.
(…)
Fonte: www.estadao.com.br/arquivo/cidades/2002/not20020925p20002.htm

Vítimas de desabamento são reconhecidas no Rio
As vítimas do desabamento do prédio 55 da Rua do Rosário no Rio de Janeiro foram reconhecidas hoje. Dois corpos foram localizados ontem à noite pelos bombeiros em meio aos escombros da construção que ruiu na última quarta-feira.
Maria das Graças Mendes Rocha, de 62 anos, funcionária da Caixa Econômica Federal, e Ruy Diniz, de 71 anos, professor, estavam hospedados no hotel no momento da tragédia. As buscas foram retomadas após terem sido feitas escoras no prédio vizinho, que também ameaçava desabar. O corpo de Maria das Graças foi resgatado hoje cedo após buscas que empregaram tecnologias de rastreamento e um cão labrador. O outro corpo, do professor Diniz, foi localizado logo depois. Ronaldo Diniz, filho da vítima, não queria a divulgação do nome de seu pai em virtude das circunstâncias que envolveram sua morte, que poderiam denegrir sua imagem.
Fonte:http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,5580,OI55020-EI306,00.html

Em outras fontes consegui a informação de que o referido casal mantinha um relacionamento extraconjugal secreto há um tempo considerável. Ambos eram casados, e suas respectivas famílias não sabiam de absolutamente nada.

A letra de conversa de botas batidas, de Marcelo Camelo, é uma conjectura poética da conversa que o casal teve antes de morrer, juntos, no desabamento. Graças a Deus que existe a música e a poesia!


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Não é necessário um final trágico para ter uma história memorável de amor.
Basta apenas escolher:



"Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
(...)
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar"


Nino

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Mais um post apenas para Nino

O Blog anda abandonado. Só eu aqui escrevo, só eu perco meu tempo em tentar expressar a confusão que paira sobre nossas mentes. Celeste já não se importa tanto com o poder das palavras.
É triste. Muito triste.
De que adianta a ajuda divina (apesar de eu desconfiar, hoje aconteceu algo coincidentemente difícil de explicar)? Quando as boas notícias já não carregam um bom gosto ao serem compartilhadas é porque alguma coisa mudou. Compartilhar, ta aí a palavra...
O Blog deveria ser compartilhado, assim como tudo o resto. Nino não é si sem Celeste. Desaprendeu a ser. E apesar da confusão da primeira e da terceira do singular (eu/ele - Nino), não tenho dúvidas. Não é ele que sofre, sou eu. Nino é apenas para esconder o meu nome.

É apenas mais uma manhã com ansiedade.
Nino

sábado, 13 de novembro de 2010

Incompletude

Qual é a razão da vida?
A pergunta mais genérica e, talvez por isso, mais difícil de responder. A questão que move a humanidade.

Os religiosos buscam resposta na espiritualidade. Crêem que uma outra vida seria uma forma de aliviar as mazelas desta.
Os céticos costumam buscar alguma meta, algum objetivo de vida. Já que a única coisa que se tem certeza é a morte.
Os filósofos debatem argumentos, enquanto se perdem nas inúmeras perguntas ainda não respondidas e nas reflexões da vida humana em seu convívio social.

A resposta clichê, porém sensata é a dos românticos. O amor é algo plenamente alcançável.
O amor traz injeções diárias de adrenalina, seja por motivos bons, seja pelos ruins.
Basta dar oportunidade para que ele aconteça.

Incompletude é o sentimento do romântico ao não ter um amor.
Ou mesmo o sentimento daquele que duvida da plenitude do amor que lhe fora comprometido.
As dúvidas acabam com a mente. Fazem os questionamentos arruinarem o raciocínio lógico.
Tudo passa a ser uma distorcida forma de sofrer.

Neste momento, ficamos esperando algo: a vontade é matar o tempo até que a vida lhe inunde de significado e felicidade. (Frases do Calvin, twitter).

"Sair do processo de expectativa e partir para o de reconhecimento e que, sem que essa reversão seja feita, não há qualquer possibilidade de se conseguir qualquer tipo de bem-estar ou satisfação, pois para obter paz é preciso haver entrega, calma, tolerância, positivismo e tranqüilidade com relação tanto aos pensamentos quanto às atitudes." (texto completo aqui)


Só se eu tivesse estômago de avestruz!


Deveria eu, sucumbir aos meus sacrifícios? Deveria eu, deixar de lado o romantismo e voltar ao ceticismo?
E qual a razão disso?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Under de Bridge

Red Hot Chilli Peppers






Sometimes I feel like I don't have a partner
Sometimes I feel like my only friend
Is the city I live in, the city of angels
Lonely as I am, together we cry
I drive on her streets 'cause she's my companion
I walk through her hills 'cause she knows who I am
She sees my good deeds and she kisses me windy
I never worry, now that is a lie
Well, I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
I don't ever wanna feel like I did that day
Take me to the place I love, take me all the way
Yeah, yeah, yeah
(Continua...)

Nino

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Everybody Hurts

Everybody Hurts
R.E.M.
Composição: Bill Berry / Peter Buck / Mike Mills / Michael Stipe





When your day is long
And the night the night is yours alone
When you're sure you've had enough of this life
Hang on

Don't let yourself go
'Cause everybody cries
And everybody hurts, sometimes

Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
When your day is night alone (Hold on, hold on)
If you feel like letting go (Hold on)
If you think you've had too much of this life
To hang on

'Cause everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand, oh no
Don't throw your hand
If you feel like you're alone
No, no, no, you're not alone

If you're on your own in this life
The days and nights are long
When you think you've had too much of this life
To hang on

Well, everybody hurts
Sometimes, everybody cries
And everybody hurts, sometimes
But everybody hurts, sometimes
So hold on

(7x)
Hold on

Everybody hurts

You're not alone
 
-----
I am alone?  (sometimes)
Nino 

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um quase-post

Quando decidi fazer esse blog ainda não estava certo de qual seria sua utilidade.
Era apenas vontade de me corresponder. Queria deixar recados carinhosos à Celeste, que estava longe.
Se eu disser que sabia exatamente o que escrever, estaria mentindo.
Eu quase sabia das motivações do blog. Aliás, eu sempre soube, mas como nunca as citarei, ficarei com o quase.
Pode-se colocar quase em quase toda sentença, mantendo a ideia de proximidade do objetivo.
Estou divagando. Como já disse um blog por aí: pensar enlouquece. E já bati a porta da ausência de insanidade algumas vezes...

Escrevo para tentar organizar o que me resta. Escrevo para Celeste, mas também escrevo para mim. Isso pouco importa, pois quando escrevo para mim, tenho como motivação os atos do dia-a-dia. E Celeste motiva o meu cotidiano. Estando a distância, estou na triste situação de quase presença. Por mais que eu me esforce, residirei no quase. E quem sabe hoje eu conheço um dos motivos de tanta confusão? Sabe-se lá. Pode ser que eu quase conheça. E mais uma vez me perco na divagação.

O tempo nos faz guardar nossas pensamentos mais profundos em nossa mente. Podemos aprender com isto. Podemos nos isolar ou sermos mais felizes. Ou ainda, podemos quase encontrar um caminho de sanidade.
Nino

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Tão longe de tudo




Tão Longe De Tudo
Barão Vermelho
Composição: Guto Goffi

Solidão amiga do peito
Me dê tudo que eu tenha por direito
Me diga, me ensina

Ao dormir não sinto medo
Há um sol, existe vida
Me trate com jeito
Eu tenho saída

Eu quero calor e o mundo é frio
Minha vaidade não enxerga o paraíso
Eu preciso de alguém pra fugir,
sem avisar ninguém

Não vou olhar pra trás
A saudade está morta
E já não me importa
Está longe demais
Longe demais de tudo
Eu estou longe demais
Longe demais de tudo
Eu estou longe demais
Tão perto de mim
Tão longe de tudo


----------------
Estou longe de Celeste, e, assim como diz a música, já considero a solidão minha amiga.
Quanto a pessoa que preciso para fugir... está evidente em tudo o que escrevo.

Nino 

terça-feira, 22 de junho de 2010

Escute-me, por favor

Foi o que Celeste não disse a Nino hoje.
Não deu tempo. Havia muito a falar. Não eram reclamações sobre o relacionamento, nem nada do tipo.
Era a aflição de um dia estressante. O Problema cotidiano.
A angústia que lhe impedia de pensar no que falar.
Eram palavras que estouram como um espumante.
Saem aos montes de início e aos poucos vai se acalmando.
Acontece com todos.
Nino escuta atentamente.
Não é necessário entender o motivo da queixa.
Basta escutar, calado.
É isso o que se espera, o que se busca, o que nos faz pensar no clichê da eternidade.
Foi isso que Nino fez; o fará novamente sempre que necessário.
Estou aqui Celeste! Diga o quanto quiser!


Nino

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O meu fim de semana

Ainda falta um dia para acabar meu fim de semana. Se bem que se este fosse realmente meu, não haveria solidão. Se um pensamento bastasse para determinar os sábados e domings, minha vida seria mais alegre.

Para começar me cercaria daqueles que me fazem feliz. Familiares próximos, amigos e, sobretudo, Celeste.
Mudaria o clima. As sextas a noite faria frio. Eu e Celeste assistiríamos filmes, devidamente acobertados; e jantaríamos um prato gostoso e quente. Seria a tranquilidade depois de uma semana agitada.

O Frio permaneceria até o meio-dia de sábado, quando subitamente a temperatura subiria para um calor agradável. A possibilidade da preguiça imperar no frio seria muito alta... O calor proporcionaria uma tarde de piquenique, como Celeste sempre desejou; acompanhado de um passeio no parque, quiçá uma corridinha.

A noite seria de Balada ou Barzinho com os amigos. Celeste gosta de se arrumar - como se precisasse de algum adereço para realçar sua beleza. A noite seria para a risada, para esquecer dos problemas do dia-a-dia. Dançaríamos juntos, ou contaríamos com alegria os fatos do dia-a-dia.

O domingo começaria próximo da hora do almoço. Revezaríamos entre almoço com meus familiares e os de Celeste. É sempre bom sentar em uma roda par relembrar. Por enquanto eu e Celeste somos jovens e escutamos mais que falamos. Mas chegará o dia em que tal situação irá se inverter.

Depois de um bom almoço seguido de uma soneca, Celeste faria um de seus doces maravilhosos. Um bolo, petit gateau (com sorvete!), brigadeiro... Hummm
Antes que o sol se ponha e a depressão do fim de domingo se erga, que tal um cineminha? Só se for dia de jogo fraco do time de meu coração! Caso contrário Celeste aproveitaria para dormir em meu colo. Uma terceira opção também pode acontecer: assistir um seriado. Se tiver um boa peça de tetro disponível, por que não?

Mas a felicidade logo acaba. Não se atreva a pensar que é em virtude do término do domingo. É a realidade de que amanhã ainda é "meu" fim de semana. Estarei só, apenas a imaginar dias como os descritos acima.
Resta-me apenas contar as horas para que este fim de semana não demore a chegar.

Nino

sábado, 12 de junho de 2010

"Petit Gateau sem sorvete...

sou eu assim sem você..."



Petit Gateau: (pronuncia-se petí gatô) é um pequeno bolo de chocolate com casca crocante e recheio cremoso. Foi criado por acidente nos Estados Unidos da América, quando um aprendiz de chefe de cozinha aqueceu demais um forno. Mesmo com o erro, os clientes adoraram a receita e assim popularizou-se nos restaurantes de Nova Iorque na década de 1990 e chegou ao Brasil em 1996.


Celeste gosta de "Petit Gateau" de todos os jeitos: cru, sem sorvete, com calda, sem calda, branco, preto, marrom. Nino não. Tem o apetite refinado e faz questão de saboreá-lo acompanhado de sorvete de creme e calda de chocolate. Nino é clássico. Um gentleman.

Mas, que graça tem preparar uma deliciosa receita, se quem você mais queria que a provasse não está presente? É como ir a uma festa sem ninguém, dançar sem platéia para aplaudir, fazer graça e ninguém rir, sair do castelo e não ter rumo.

Sem você aqui, que graça tem querer comer o Petit Gateau cru? O legal é ter alguém para insistir na forma clássica de degustá-lo! E Nino é o único que convence Celeste.


Só há uma coisa a ser dita: não quero muitas receitas sem sorvete!

Dia dos namorados de Nino e Celeste


 
Wish You Were Here
Pink Floyd
David Gilmour / Roger Waters

So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears

Nino

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Contar

Há várias maneiras de contar. Na escola aprende-se de maneira crescente: um dedo, dois dedos, três dedos. Nos filmes de ficção conta-se do contrário, assim como no basquete. Começa-se pelo fim: antes do lançamento do ônibus especial sempre há o emocionante "três, dois, um". Há filmes policiais assim também, a contagem é para atirar no refém ou detonar uma bomba. No basquete, o segundo final é o do arremeço chorado, que, as vezes, pode decidir a partida.


A contagem pode começar pelo meio, mas aí não faria o menor sentido.

Quando estendemos esse conceito para um patamar existencial, como a vida, a contagem pode se tornar ainda mais dramática. A idade é contada de maneira crescente, mas algumas senhoras desejam parar de contar algum dia. Sendo sua real vontade decrescer a idade. Anseiam pelos milagrem da medicina.

As vitórias também são contadas do começo, na expectativa que não tenham fim. Os maias contavam os dias pelo fim, buscando o começo - o zero - e por isso escutamos abobrinhas do fim apocalíptico.

O que seria melhor para nossa vida?Saber todos os dias felizes e tristes que temos e dosá-los do fim ao começo buscando uma felicidade média? Uma vida agradável? Algumas pesquisas já responderam perguntas similares. Você gostaria de saber o dia de sua morte? Neste sentido a idade seria contada decrescentemente. A maior parte da população não gosta da ideia.

Conta-se a idade de maneira crescente porque seria aterrorizante de maneira contrária. Aconteceria o caos nas vésperas do fim de cada pessoa.

Não pretendo propor uma maneira diferente de contar. Quero apenas que haja bom senso ao contar. A contagem pra rever Celeste é decrescente, pois aumenta a expectativa (frio na barriga). A contagem para a partida de Nino, todavia, deve ser crescente. Não se espera um fim e cada segundo a mais é um momento incontável de felicidade.

Nino

domingo, 2 de maio de 2010

Neruda para Celeste

Antes de amar-te, amor, nada era meu
Vacilei pelas ruas e as coisas:
Nada contava nem tinha nome:
O mundo era do ar que esperava.
E conheci salões cinzentos,
Túneis habitados pela lua,
Hangares cruéis que se despediam,
Perguntas que insistiam na areia.
Tudo estava vazio, morto e mudo,
Caído, abandonado e decaído,
Tudo era inalienavelmente alheio,
Tudo era dos outros e de ninguém,
Até que tua beleza e tua pobreza
De dádivas encheram o outono.

Pablo Neruda

sábado, 1 de maio de 2010



"A paixão é uma vela que consome a si mesma, ao contrário do amor, que tem a vantagem de se transformar em algo profundo e imortal."

Para o meu AMOR, com carinho...

Celeste.

domingo, 25 de abril de 2010

Convite ao desespero

O que você faria se o desespero batesse em sua porta?

Verzweiflung, desesperación, epätoivo, désespoir, wanhoop, disperazione, despair...
Ficaria horas para encontrar mais traduções da palavra desespero na net.
No dicionário de significados: perder a esperança, perder a paciência, aflição, ânsia, angústia.

O problema é que se ele toca a campainha, não há opção ao abrir a porta. Ele entrará, você queira ou não.

Desespero!

Só Celeste poderá salvar-me.
Lembro-me do seu corpo curvilíneo, de seus olhos verdes, de memórias inesquecíveis...
Mas a lembrança apenas alivia. É o afago necessário, mas não suficiente.
Só a presença de Celeste o castiga; o esmaga; o desintegra...

O que farei da minha vida sem Celeste?
Viverei esta tortura diária?

Nino

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Notícia - Homem beija cobra 51 vezes e bate recorde

Da BBCBrasil.com (link aqui).

Homem beija cobra 51 vezes e bate recorde

Malaio beijou cobra altamente venenosa


Um ex-funcionário de uma fazenda que cria cobras na Malásia bateu um recorde mundial depois de dar 51 beijos em uma cobra naja em 3 minutos e um segundo.
Shahimi Abdul Hamid, de 33 anos, realizou a façanha, sem qualquer traje protetor, na frente de centenas de turistas em um hotel malaio.
O plano inicial de Shahimi era de beijar a cobra – tida como uma das espécies mais venenosas do mundo – por apenas 15 vezes em 10 minutos. Mas ele acabou se superando para bater o recorde de 11 beijos, cravado por um americano em 1999.
(continua)

Comentário de Nino:

Deixe-me 3 minutos ao lado de Celeste.
Quebro esse recorde. Fácil!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Post sem título

Hoje não tenho inspiração para escrever.
Ainda estou no nirvana dos últimos dias que passei junto a Celeste.

Ainda não vou reclamar da infelicidade que a distância nos causa.

Do contrário, vou regozijar na sensação de segurança que Celeste me dá apenas a se aproximar.
Vou lembrar dos arrepios que seus lábios atiçam ao massagear os meus.
Comentarei das risadas tolas em atitudes juvenis típicas dos apaixonados.
Tolas também pequenas discussões; que, com calma, revelam-se infantis.
E não são as crianças os seres mais felizes deste planeta?

Se hoje suspiro é porque a pouco bebi o elixir.
E Celeste prometeu-me mandar doses homeopáticas todos os dias.
Adereços para esta pacata vida - que se torna eterna em cada movimento de Celeste.

Nino

quarta-feira, 24 de março de 2010

Ansiedade


Estou morrendo de ansiedade.
No fim da semana reencontrarei meu amor.
Gostaria que ele me esperasse com os olhos esperançosos do dia em que nos conhecemos.
Foi em um jantar...

Eu estava aflito e ela... calada.
Observava muito, mas poucas reações demonstrava.
O rosto ora escondido atrás dos cabelos. A roupa: blusa preta com detalhe em branco e calça jeans
(o salto alto sempre foi indispensável).

Menina que me conquistou aos poucos.
Mostrou-mee que o amor, para ser AMOR (com letra maiúscula), deveria ser sincerro, honesto e sonhador.
Voltei ao meu tempo de criança.
Passei a acredtiar que um grande amor era para sempre.
Hoje ninguém dá mais bola para isso.

Ah, doce olhar!
Sairei do saguão de desembarque a procurá-lo.
Será um alívio para a ansiedade.
Uma explosão de felicidade;
e não terei vergonha se as lágrimas vierem...

Nino

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sentir sua falta

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

(Martha Medeiros)

quinta-feira, 18 de março de 2010

A noção de realidade

Queremos tê-la a priori.
Ou não.
O porquê?
Um professro disse uma vez: é muito árida!

A maioria prefere deixar a verdade de lado, ignorá-la.
Fazer de conta que nunca existiu. Conviver com ela.
Mas Nino não tem nenhuma destas intenções.
Prefere acordar todos os dias com a ferida aberta, mesmo que haja dor.
Não quer se acostumar.

Recusa-se a abandonar seus sonhos.
Viver do desespero é melhor aos seus olhos.
Viver da realidade é aceitar que nada pode ou será feito.

Nino está atuando, mesmo às escuras.
[não ouse pensar que às escuras significaria algo errado]
Digo as escuras porque não haverão relatos de sua vida.
Não é importante a este ponto.
Suas lembranças infelizmente não serão compartilhadas.

Apesar de querer que suas ações fossem visíveis a todos (os que importam);
sabe que isso é utopia.
E ainda assim opta por fazê-las.
E viver do seu próprio romance.

Nino

domingo, 14 de março de 2010

Cold Mountain

Nino assistiu ao filme Cold Mountain uma vez. [Há spoilers no texto]
Faz muito tempo, mas ainda lembra um pouco da história.


Trata-se da busca por um sonho, o que já é bem clichê nos filmes...
Todavia, este filme merece destaque.
Inman Balis (Jude Law) mora em um pequeno vilarejo (ou região) chamado Cold Mountain. É apaixonado por Ada Monroe (Nicole Kidman). Esta perdeu seu pai e tem dificuldades para administrar sua fazenda. Inman é convocado para lutar na guerra civil americana e o faz.
Passa por muitas situações difíceis, como perder colegas e se machucar sériamente.
Com o término da guerra, parte rumo a Cold Mountain para rever seu grande amor.
É digno de nota que antes de partir, Ada havia prometido esperar Inman retornar.
Inman passa por mais sufocos na volta (é quase uma jornada homérica)... e aí segue o fim do filme, feliz até certo ponto.

Nino lembrou disso agora pois há paralelo com sua vida. Partiu rumo a uma jornada levando apenas a promessa de sua amada, Celeste. A inpiração ao retorno vem à tona em cada pensamento.

Espere por mim Celeste! A jornada é árdua, mas meu retorno é certo!
Nino

sábado, 6 de março de 2010

Quanto tempo será que demora?

20 dias...



"Quanto tempo será que demora um mês pra passar?
A vida inteira de um inseto?
Um embrião pra virar feto?
A folha do calendário?
O trabalho pra ganhar um salário?
Mas daqui a um mês, quando vc voltar,
A lua vai estar cheia, e no mesmo lugar.
Se eu pudesse escolher outra forma de ser, eu seria você,
e a saudade em mim agora...
Quanto tempo será que demora, um mês pra passar?"

(Biquini Cavadão)

Conversa no telefone

[Nino] - Alô. É da casa das cobras cor-de-rosa?
[Pai de Celeste] - Sim.
[Nino] - Hummmm... e como faço para ter uma?



[Pai de Celeste] - Primeiro você tem que preencher uma série de pré-requisitos.
[Nino] - E quais são eles?
[Pai de Celeste] - Você tem que ser confiável, carinhoso e, acima de tudo, prometer amar sua cobra em todos os momentos de sua vida! Fazê-la sorrir quando estiver triste; Fazê-la chorar de alegria, apenas; Escutar todas as suas aflições com calma; ser paciente quando necessário; ser compreensivo mesmo quando não tiver motivos para tal; enfim... há uma lista aqui, se quiser lhe envio por e-mail.

[Nino] - Tenho certeza que preencherei todos os pré-requisitos! Mas como saberei se a cobra a mim destinada será a "correta"?
[Pai de Celeste] - Você saberá...
[Nino] - Mas como?
[Pai de Celeste] - Calma filho, eu lhe digo que saberá...

Breve pausa

[Nino] - Tá bom. Eu já sei qual quero. Quero a Celeste!
[Pai de Celeste] - Mas a Celeste é a pele mais preciosa desta casa. Tem certeza que irá cumprir tudo o que prometeu?
[Nino] - Absoluta. Tem como mandar entregar?
[Pai de Celeste] - Só depois de casar, até lá terá que busca-la aqui; e ela volta para dormir.
[Nino] - Só depois de casar? Deve ser uma pele muito bonita mesmo...
[Pai de Celeste] - E é!
[Nino] - Tudo bem, assumirei todas as responsabilidades... Passo aí mais tarde. Outra hora conversamos sobre levar para casa, para sempre.
[Pai de Celeste] - Tá. Estou esperando.
[Nino] - Eu é quem estou! Até mais.
[Pai de Celeste] - Até.

Fim da ligação

quinta-feira, 4 de março de 2010

I'm yours!

A vida alheia a cabeça

Não sabemos 100% da vida um do outro.
Não conseguiríamos, por maior que fosse o anseio.
Viveríamos um Big Brother verificando cada ação, cada olhar...
Muito provavelmente deixaríamos de viver nossas vidas para controlar as alheias.


Por mais tecnológicas que sejam as câmeras (com imagem noturna, controle de calor, infra-vermelho - ou o escambal) ainda seríamos incapazes de verificar os mistérios que pairam em outras mentes.
O que passa por lá?
E se for nas cabeças de Nino e Celeste?

Há um pouco de ciúme e insegurança, pelo menos sob as madeixas de Nino.
Usa boa parte do dia pensando em Celeste.
É como um "friozinho na barriga". Uma mistura de sentimentos confusos, ora antagônicos;
Que as vezes são aliviados por uma ligação, um SMS ou qualquer outra forma de contato - real ou virtual.

Nino
Obs.: Pensar em Celeste durante a aula de estatistica talvez não seja tão bom assim.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Crise de abstinência

É triste libertar-se do vício.
Em alguns causa tremedeira
em outros, crise de loucura.
O objeto do vício sempre é algo bom para o usuário - bom até demais.
Enquanto o vício do drogado é a erva (ou a química...)
o do apaixonado é o amor.
Não somente pela pessoa amanda
Mas também pelo sentimento em si.
Este cala a vontade mundana de enxergar apenas os tons de cinza.
Se há amor, há algo para lutar, sofrer, conquistar e até chorar - de tristeza ou felicidade.
Se o viciado em drogas rouba até a própria família para satisfazer-se;
Quão baixo o apaixonado deve ser para afirmar o seu vício?

Nino

Nietzsche não era assim tão frio


Ontem, antes de dormir, eu estava lendo um pouco do livro do Nietzsche…
Acho que ele não é assim tão sem sentimentos quanto parece. Veja:

“No tocante a mulher, por exemplo, o homem mais modesto acha que dispor e desfrutar sexualmente do corpo já é indício bastante e satisfatório de que a tem e a possui; um outro, com uma mais exigente e desconfiada sede de posse, vê o ‘ponto de interrogação’, o que há de tão-só aparente nesse possuir, e quer provas mais sutis, sobretudo para saber se a mulher não só se entrega a ele, mas também renuncia, por ele, ao que tem ou gostaria de ter – apenas assim ele a tem por ‘possuída’. Um terceiro, porém, não se detém aí com sua desconfiança e vontade de possuir, ele se pergunta se a mulher, ao renunciar a tudo por ele, não o faz talvez por um fantasma dele: deseja antes ser conhecido a fundo, em suas profundezas, para poder ser amado; ele ousa deixar-se penetrar. Só então sente ele a amada em seu poder, quando ela não mais se engana acerca dele, quando ela o ama por sua diabrura e insaciabilidade oculta, tanto quanto por sua bondade, paciência e espiritualidade”.

Trecho do livro “Além do bem e do mal”…
Nino

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mais nada a oferecer

Nino exauriu seus dotes. Deu todos a Celeste.
Começou pelos sonhos, compartilhados ao longo dos anos de relacionamento.
Alguns nas noites frias, outros ao reflexo da luz da lua - em noites quentes de verão.
Celestre retribuiu. Levou Nino a lugares por ele desconhecidos.
Juras de amor e promessas de futuro foram aos poucos acontecendo.
O relacionamento foi moldado ao estilo "até que a morte os separe".
Ambos ignoraram o já desgastado ditado "a valsa pode não parecer tão atraente para um dos dois dançar... alguém pode querer parar primeiro..."
Mas um dia aconteceu.
Celeste pisou no pé de Nino - e doeu.
Nino tentou ditar o novo ritmo da dança. Porém, não havia mais promessas a sussurar ao pé do ouvido de Celeste.
Os sonhos ainda são os mesmos, assim como as possibilidades de concretiza-los.
Talvez Celeste esperasse mais - ou até merecesse mais.
O caráter não é tão atrativo a longo prazo. Ou, talvez, os sonhos de Celeste já não são os mesmos.

Nino

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Dia para não chover

"Em certos casos, raros e isolados, pode ser que intervenha uma tal vontade de verdade, algum ânimo excessivo e aventureiro, uma ambição metafísica de manter um posto perdido, que afinal preferirá sempre um punhado de 'certeza' a toda uma carroça de belas possibilidades; talvez haja inclusive fanáticos puritanos da consciência, que prefiram um nada seguro a um algo incerto para deitar e morrer. Mas isto é niilismo e sinal de uma alma em desespero, mortalmente casada, por mais que pareçam valentes os gestos de tal virtude."
(Trecho do livro "Além do bem e do mal", de Nietzsche)


Parei e pensei. Refleti ao sol escaldante do meio dia. Qual é o limite da alma? Até onde vai o desespero? Serei eu um niilista? Serei um fanático puritano da consciência?
Mantenho minhas convicções, ainda que um dia poderei pagar caro por elas.

Nino

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Véspera de aniversário

Todo mundo sabe como é véspera de aniversário.
É o dia chave da ansiedade.

Se tem festa, checa-se todos os preparativos - mais de uma vez, para ter certeza.
Nos perguntamos se os convidados gostarão do banquete. Se se sentirão a vontade ou até se irão por obrigação. Sairão logo após o canto de parabéns? Terão a ousadia de pedir para antecipar a canção?


Se não tem, fica-se imagindo quem ligará para desejar felicidades.
Os mais otimistas olharão para o céu. Talvez as nuvens deem uma ideia dos discursos.
Já os pessimistas se irritarão com a repetitividade dos "obrigado" que terão de falar.

Aniversário é comemoração cícilica. Ano que vem tem de novo.
Mas se uma pessoa querida faltar neste ano...

Isso que hoje ainda é véspera.
E na véspera, só nos resta sonhar.

Que tal a instituição do pré-aniversário para diminuir a ansiedade?

Nino

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Era uma casa... não tão engraçada

De início, era amarela a casa de Nino.
Nino não gostava. No fim da tarde o amarelo parecia engolir todos seus sentimentos alegres.
O branco cobriu de paz as paredes. Há uma nova aura no lugar.
Há uma parede laranja e outra verde. Essas são para renovar a alegria; a primeira na sala e a segunda no quarto.
Ainda faltam os quadros nas paredes.

Os porta-retratos serão o espelho da saudade que no peito reside.
Serão várias as fotos de Celeste.
Por maior que seja a quantidade de adereços que remetem à Celeste, nada subsituirá sua presença.
E no fim da tarde... Saudades da vida no Castelo.

Nino

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Post Nerd

Nino estudava estatística.
Há uma série de formalizações, teoremas, números e letras.
Em suma, pode-se dizer que há mirabolâncias para calcular probabilidades.

Probabilidade que nunca foi calculada é a de se apaixonar profundamente.
Primeiro porque não há amostra significante. Segundo devido ao problema da assimetria de informações.
Alguns preferem esconder os sentimentos.
Outros estão a passar momentos difíceis no momento da pesquisa...

Saindo da estatística e chegando na Matemática o negócio piora.
Não há padrão matemático para o comportamento humano.
Não há fórmula para o amor.

Quanto a Nino e Celeste, não há nenhuma ciência que ouse explicar tal relação.
E "ai" de qual se atrever!

Nino

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

De todos estes, a solidão



Até dias atrás minha pouca vivência me dizia que a pior sensação que se pode ter é a indiferença.
Ter a existência ignorada é quase como não ter vida.
Entretanto, não conhecia outro sentimento: a solidão.
Este é conversar com os ecos da minha voz na sala vazia.
É o amarelo pálido da parede.
Por vezes é a ausência de críticas à comida feita.
É a falta da mãe pedir para arrumar a cama.
Enfim, estar só é como ter pouco.
Aliás, é como não ter nada além da vida.
E se a vida vale muito.
Viver a soldião é como ser ignorado.
Depois percebe-se que a vida com todos estes (sentimentos) não passa de um trocado.

Nino

sábado, 23 de janeiro de 2010

Chega de Saudade

Acesse o video aqui

Chega de Saudade
Tom Jobim
Composição: Tom Jobim e Vinícius

Vai minha tristeza,
e diz a ela que sem ela não pode ser,
diz-lhe, numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso Mais sofrer.
Chega, de saudade
a realidade, É que sem ela não há paz,
não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca,
dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim...


Nino

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Somewhere...


"I walked across an empty land
I knew the pathway like the back of my hand
I felt the earth beneath my own feet
Sat by the river and it made me complete


Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin


I came across a fallen tree
I felt the branches of it looking at me
Is this the place we used to love?
Is this the place that I've been dreaming of?


Oh simple thing where have you gone
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin


So and if you have a minute why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So why don't we go
Somewhere only we know?"


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Por mil vezes esperar

Esperar é a flagelação dos sádicos.
Espera-se por quase tudo na vida.
A criança espera crescer mais alguns centímetros para alcançar o pote de doces.
O corredor espera os segundos angustiantes antes da largada e os intermináveis na reta de chegada.
A lagarta espera o dia que se tornará borboleta e voará sobre os campos floridos.
O pai prestativo espera o filho a porta do colégio.
A lua espera o sol esconder-se para enfeitar os céus.
O Pierrot espera o Arlequim descuidar-se de seu coração.

O último segundo da espera é o mais relevante.
É nele que se deposita o receio.
O apaixonado que espera o olhar da amada por vezes hesita em declarar seu amor.
A cozinheira por vezes pouco doura as batatas no receio de queimá-las.
O nadador perde segundos preciosos quando hesita em queimar a largada.
E assim hesitar ganha espaço entre os sádicos.
Que ganham uma nova chance de esperar a ânsia tortuosa do último segundo.

Nino

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ah, se ela soubesse!

Celeste parece não conhecer Nino as vezes. Mesmo após anos de convivência. Desconfia das ações mais básicas. Para tudo deve haver uma explicação.

Não percebe que Nino está sempre olhando as estrelas, brincando de ligar os pontos.
De estrela em estrela, na horizontal, há sempre uma serpente. Os astrônomos não possuem tanta criatividade - pelo menos eu nunca ouvi falar de uma constelação "Jibóia".

Olhas as estrelas é o clichê dos apaixonados. Até música sertaneja ruim já fez tal comparação.
Mas Nino não se importa. Álvaro Campos já disse que cartas de amor têm de ser ridículas (ver aqui).

E o que fazer quando a presença deixa saudade?
Olhar as estrelas... Ligar os pontos...



Nino

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

La dolce vita...

Celeste andava pelas ruas de Roma. Achava tudo muito belo. Notava objetos e costumes familiares, vitrines pomposas, povo gentil. Gentil até demais para uma singela cobra brasileira.
Mas ainda faltava algo para alcançar a plena felicidade, para que pudesse sentir o cheiro gostoso de alegria que pairava pelo ar daquele local. Percebia que o espirito jovem de desbravar continentes poderia ser muito mais emocionante. Seu "corazone" pedia abrigo e jah nao aguentava mais de tanta saudade.

Felini retratara a busca do amor e da felicidade naquele mesmo local, há 50 anos, no filme "La Dolce Vita".  A incessável busca humana. Inalcançável? Nao para uma cobra como Celeste e um rapaz como Nino.

Ti amo e ti voglio bene, mi amore!

Não deixe Puck brincar com a gente, Celeste

Celeste

Puck está próximo. Sim, Puck, personagem de Shakespeare em Sonho de uma noite de verão (resumo da peça aqui).
Algumas acontecimentos ocorrem somente à presença dele. Não há outra explicação.
Nossos doces amores, como uvas verdes, as vezes amargam a semente em uma mordida.
Não é motivo para pânico, Celeste. Não se soubermos esquivar da brincadeira infame.
Somos fortes e ágeis e até um enviado divino sucumbirá.
Padecerá sobre um manto branco, sintonia perfeita de nossos anseios.
Puck não será nada perante nosso amor!

"O Luar e o leão ficarão para enterrar os mortos" (trecho da peça, peça completa aqui)

Nino

sábado, 9 de janeiro de 2010

Contemplando o lago - Fernando Pessoa



 Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

(Fernando Pessoa)


A saudade aumenta com o passar dos dias. Minha criatividade já não suporta a ausência; e falha.
Não que eu, Nino, seja um poeta. Se as palavras as vezes faltam a estes, o que dirá da minha limitada capacidade?

Nino

sábado, 2 de janeiro de 2010

A despedida

"Toda despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia." (Shakespeare)

Não Celeste, não vá!
Sabes que aqui reside um coração que a ti pertence.
Por vários manuscritos descrevi as justificativas por este ato insano de amor.
Rebaixo-me a teus pés ao implorar sua estada.

Terei de aceitar a árvore do castelo ôca e sem vida.
Monocromática - carrega a nostalgia da lembrança, seja nos filmes antigos, seja nas fotos.

Resta-me apenas aguardar a alvorada.

Somente Shakespare para descrever tal sentimento.
... e somente eu para senti-lo.

Nino