quinta-feira, 10 de junho de 2010

Contar

Há várias maneiras de contar. Na escola aprende-se de maneira crescente: um dedo, dois dedos, três dedos. Nos filmes de ficção conta-se do contrário, assim como no basquete. Começa-se pelo fim: antes do lançamento do ônibus especial sempre há o emocionante "três, dois, um". Há filmes policiais assim também, a contagem é para atirar no refém ou detonar uma bomba. No basquete, o segundo final é o do arremeço chorado, que, as vezes, pode decidir a partida.


A contagem pode começar pelo meio, mas aí não faria o menor sentido.

Quando estendemos esse conceito para um patamar existencial, como a vida, a contagem pode se tornar ainda mais dramática. A idade é contada de maneira crescente, mas algumas senhoras desejam parar de contar algum dia. Sendo sua real vontade decrescer a idade. Anseiam pelos milagrem da medicina.

As vitórias também são contadas do começo, na expectativa que não tenham fim. Os maias contavam os dias pelo fim, buscando o começo - o zero - e por isso escutamos abobrinhas do fim apocalíptico.

O que seria melhor para nossa vida?Saber todos os dias felizes e tristes que temos e dosá-los do fim ao começo buscando uma felicidade média? Uma vida agradável? Algumas pesquisas já responderam perguntas similares. Você gostaria de saber o dia de sua morte? Neste sentido a idade seria contada decrescentemente. A maior parte da população não gosta da ideia.

Conta-se a idade de maneira crescente porque seria aterrorizante de maneira contrária. Aconteceria o caos nas vésperas do fim de cada pessoa.

Não pretendo propor uma maneira diferente de contar. Quero apenas que haja bom senso ao contar. A contagem pra rever Celeste é decrescente, pois aumenta a expectativa (frio na barriga). A contagem para a partida de Nino, todavia, deve ser crescente. Não se espera um fim e cada segundo a mais é um momento incontável de felicidade.

Nino

Nenhum comentário:

Postar um comentário