terça-feira, 22 de junho de 2010

Escute-me, por favor

Foi o que Celeste não disse a Nino hoje.
Não deu tempo. Havia muito a falar. Não eram reclamações sobre o relacionamento, nem nada do tipo.
Era a aflição de um dia estressante. O Problema cotidiano.
A angústia que lhe impedia de pensar no que falar.
Eram palavras que estouram como um espumante.
Saem aos montes de início e aos poucos vai se acalmando.
Acontece com todos.
Nino escuta atentamente.
Não é necessário entender o motivo da queixa.
Basta escutar, calado.
É isso o que se espera, o que se busca, o que nos faz pensar no clichê da eternidade.
Foi isso que Nino fez; o fará novamente sempre que necessário.
Estou aqui Celeste! Diga o quanto quiser!


Nino

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O meu fim de semana

Ainda falta um dia para acabar meu fim de semana. Se bem que se este fosse realmente meu, não haveria solidão. Se um pensamento bastasse para determinar os sábados e domings, minha vida seria mais alegre.

Para começar me cercaria daqueles que me fazem feliz. Familiares próximos, amigos e, sobretudo, Celeste.
Mudaria o clima. As sextas a noite faria frio. Eu e Celeste assistiríamos filmes, devidamente acobertados; e jantaríamos um prato gostoso e quente. Seria a tranquilidade depois de uma semana agitada.

O Frio permaneceria até o meio-dia de sábado, quando subitamente a temperatura subiria para um calor agradável. A possibilidade da preguiça imperar no frio seria muito alta... O calor proporcionaria uma tarde de piquenique, como Celeste sempre desejou; acompanhado de um passeio no parque, quiçá uma corridinha.

A noite seria de Balada ou Barzinho com os amigos. Celeste gosta de se arrumar - como se precisasse de algum adereço para realçar sua beleza. A noite seria para a risada, para esquecer dos problemas do dia-a-dia. Dançaríamos juntos, ou contaríamos com alegria os fatos do dia-a-dia.

O domingo começaria próximo da hora do almoço. Revezaríamos entre almoço com meus familiares e os de Celeste. É sempre bom sentar em uma roda par relembrar. Por enquanto eu e Celeste somos jovens e escutamos mais que falamos. Mas chegará o dia em que tal situação irá se inverter.

Depois de um bom almoço seguido de uma soneca, Celeste faria um de seus doces maravilhosos. Um bolo, petit gateau (com sorvete!), brigadeiro... Hummm
Antes que o sol se ponha e a depressão do fim de domingo se erga, que tal um cineminha? Só se for dia de jogo fraco do time de meu coração! Caso contrário Celeste aproveitaria para dormir em meu colo. Uma terceira opção também pode acontecer: assistir um seriado. Se tiver um boa peça de tetro disponível, por que não?

Mas a felicidade logo acaba. Não se atreva a pensar que é em virtude do término do domingo. É a realidade de que amanhã ainda é "meu" fim de semana. Estarei só, apenas a imaginar dias como os descritos acima.
Resta-me apenas contar as horas para que este fim de semana não demore a chegar.

Nino

sábado, 12 de junho de 2010

"Petit Gateau sem sorvete...

sou eu assim sem você..."



Petit Gateau: (pronuncia-se petí gatô) é um pequeno bolo de chocolate com casca crocante e recheio cremoso. Foi criado por acidente nos Estados Unidos da América, quando um aprendiz de chefe de cozinha aqueceu demais um forno. Mesmo com o erro, os clientes adoraram a receita e assim popularizou-se nos restaurantes de Nova Iorque na década de 1990 e chegou ao Brasil em 1996.


Celeste gosta de "Petit Gateau" de todos os jeitos: cru, sem sorvete, com calda, sem calda, branco, preto, marrom. Nino não. Tem o apetite refinado e faz questão de saboreá-lo acompanhado de sorvete de creme e calda de chocolate. Nino é clássico. Um gentleman.

Mas, que graça tem preparar uma deliciosa receita, se quem você mais queria que a provasse não está presente? É como ir a uma festa sem ninguém, dançar sem platéia para aplaudir, fazer graça e ninguém rir, sair do castelo e não ter rumo.

Sem você aqui, que graça tem querer comer o Petit Gateau cru? O legal é ter alguém para insistir na forma clássica de degustá-lo! E Nino é o único que convence Celeste.


Só há uma coisa a ser dita: não quero muitas receitas sem sorvete!

Dia dos namorados de Nino e Celeste


 
Wish You Were Here
Pink Floyd
David Gilmour / Roger Waters

So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears

Nino

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Contar

Há várias maneiras de contar. Na escola aprende-se de maneira crescente: um dedo, dois dedos, três dedos. Nos filmes de ficção conta-se do contrário, assim como no basquete. Começa-se pelo fim: antes do lançamento do ônibus especial sempre há o emocionante "três, dois, um". Há filmes policiais assim também, a contagem é para atirar no refém ou detonar uma bomba. No basquete, o segundo final é o do arremeço chorado, que, as vezes, pode decidir a partida.


A contagem pode começar pelo meio, mas aí não faria o menor sentido.

Quando estendemos esse conceito para um patamar existencial, como a vida, a contagem pode se tornar ainda mais dramática. A idade é contada de maneira crescente, mas algumas senhoras desejam parar de contar algum dia. Sendo sua real vontade decrescer a idade. Anseiam pelos milagrem da medicina.

As vitórias também são contadas do começo, na expectativa que não tenham fim. Os maias contavam os dias pelo fim, buscando o começo - o zero - e por isso escutamos abobrinhas do fim apocalíptico.

O que seria melhor para nossa vida?Saber todos os dias felizes e tristes que temos e dosá-los do fim ao começo buscando uma felicidade média? Uma vida agradável? Algumas pesquisas já responderam perguntas similares. Você gostaria de saber o dia de sua morte? Neste sentido a idade seria contada decrescentemente. A maior parte da população não gosta da ideia.

Conta-se a idade de maneira crescente porque seria aterrorizante de maneira contrária. Aconteceria o caos nas vésperas do fim de cada pessoa.

Não pretendo propor uma maneira diferente de contar. Quero apenas que haja bom senso ao contar. A contagem pra rever Celeste é decrescente, pois aumenta a expectativa (frio na barriga). A contagem para a partida de Nino, todavia, deve ser crescente. Não se espera um fim e cada segundo a mais é um momento incontável de felicidade.

Nino