domingo, 28 de fevereiro de 2010

Nietzsche não era assim tão frio


Ontem, antes de dormir, eu estava lendo um pouco do livro do Nietzsche…
Acho que ele não é assim tão sem sentimentos quanto parece. Veja:

“No tocante a mulher, por exemplo, o homem mais modesto acha que dispor e desfrutar sexualmente do corpo já é indício bastante e satisfatório de que a tem e a possui; um outro, com uma mais exigente e desconfiada sede de posse, vê o ‘ponto de interrogação’, o que há de tão-só aparente nesse possuir, e quer provas mais sutis, sobretudo para saber se a mulher não só se entrega a ele, mas também renuncia, por ele, ao que tem ou gostaria de ter – apenas assim ele a tem por ‘possuída’. Um terceiro, porém, não se detém aí com sua desconfiança e vontade de possuir, ele se pergunta se a mulher, ao renunciar a tudo por ele, não o faz talvez por um fantasma dele: deseja antes ser conhecido a fundo, em suas profundezas, para poder ser amado; ele ousa deixar-se penetrar. Só então sente ele a amada em seu poder, quando ela não mais se engana acerca dele, quando ela o ama por sua diabrura e insaciabilidade oculta, tanto quanto por sua bondade, paciência e espiritualidade”.

Trecho do livro “Além do bem e do mal”…
Nino

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